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Vítima: você finge que é e eu finjo que acredito!

18 out

     Vítima: todos nós adoramos interpretar esse papel e, muitos de nós, somos viciados nele. Conheço pessoas que passam a vida toda “fazendo a vítima” e responsabilizando os outros por suas próprias amarguras, infelicidades e fracassos. Como diz um professor meu: “fazer-se de vítima é como tomar veneno diariamente e esperar que o seu inimigo morra intoxicado.”, ou seja, o maior prejudicado é você mesmo! Vítima real é aquela que tem zero opções diante de uma situação, tipo, ser roubado com uma arma apontada na sua direção. Não tem como escapar! De resto caros amigos, é tudo interpretação que nos impede de crescer e aprender diante da vida. Eu assumo que me faço de vítima as vezes, e você?

     Vou dar um exemplo pessoal para mostrar como funciona o mecanismo de vitimização e de como ele pode ser maléfico: uma pessoa que gosto muito me disse uma pequena mentira e me deixou de fora de uma situação que ela sabia que eu gostaria muito de participar. Provavelmente essa pessoa teve seus motivos para tê-lo feito (que eu só descobrirei se perguntar a ela, caso contrário estarei especulando), ou não, mas estou certa que não agiu por maldade ou pra me magoar: simplesmente aconteceu…

     Quando fiquei sabendo da verdade não dei muita bola porque meu dia estava corrido e cheio de atividades. No entanto, de repente, não mais que de repente, quando minha mente acordou na manhã seguinte vazia, simplesmente começou a gritar pra mim: “Olha o que essa pessoa te fez! Ela te ignorou totalmente! Ela não tem a menor consideração por você! Ela mentiu pra você! Se ela mente com coisas tão pequenas, imagina com as grandes! Coitada de você… Blá blá bla!!” Com isso, em cinco minutos eu mergulhei de cabeça no papel da vítima enganada e ignorada e minha energia foi lá pra baixo.

     Fiquei reclamando e me vitimando internamente por mais ou menos uns 30 minutos. Juro! Minha gente, a nossa mente é muito esperta e precisei desse tempo todo pra perceber o ridículo dos meus pensamentos e, que acima de tudo, eles não estavam me ajudando em nada… Era tudo uma ilusão, uma criação minha baseada nas minhas inseguranças! Então comecei a quebrar o processo de vitimização dentro de mim e levei mais de uma hora (pois estava fazendo outras coisas ao mesmo tempo – a vida segue…) para avaliar se o que eu estava pensando era real (quase sempre não é) e se valia a pena levar à diante aquele drama todo. 

     O mais difícil foi fazer minha mente PARAR de trazer o mesmo pensamento, repetidamente, pra minha atenção. Como já disse, a mente é inteligente e as vezes nos deixa em paz por alguns minutos mas, rasteiramente, nos traz de volta para o drama. Lembrei então que a pessoa que mentiu fez aquilo por escolha própria e a escolha dela não tem nada a ver comigo, mas sim com os padrões de memória, pensamentos e ações dela. Lembrei também a famosa frase : “O importante não é a situação, mas o que você faz com ela”! Traduzindo: eu tenho que tomar responsabilidade sobre como reajo e interpreto o que chega até mim e fazer o papel de vítima com algo tão pequeno era desperdiçar minha energia, ou seja, só eu estava me prejudicando.

     Lembrei ainda quantas vezes também já falei pequenas mentiras (tento evitar ao máximo, mas sou humana) para não magoar os outros e nisso sou exatamente igual a pessoa que mentiu pra mim. Nasceu dentro de mim um sentimento de compreensão e compaixão pela pessoa e o papel de vítima simplesmente se desfez dentro da minha mente! Foi um processo demorado? Foi! No entanto, valeu cada minuto, pois ao invés de gastar um ou dois dias remoendo o que a pessoa fez comigo e mandar minha energia lá pra baixo com sentimentos de rancor e pena de mim mesma, gastei cerca de duas horas analisando e concluindo que eu viajei na batatinha (ou seria maionese… hum, fome!) e que cada um tem sua vida e seu modo de agir! Rapidamente recuperei minha energia e fui usá-las em coisas realmente produtivas!!

      Então fica a sugestão: toda vez que você se pegar interpretando o papel de vítima, analise se ele é real ou se você criou ele para não ter de arcar com a responsabilidade, não ter de agir ou para poder chamar a atenção dos outros. Pergunte-se se essa é a melhor maneira de lidar com a situação e faça sua escolha de maneira consciente! Quanto menos drama, mais amor e equilíbrio entra na nossa vida! É só querer e escolher o papel que você quer interpretar! Beijo e Namastê!